
Psicologia da educação
-
O que é a psicologia da educação?
Segundo a Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, a Psicologia da Educação define-se como "uma disciplina-ponte, de natureza aplicada, entre a psicologia e a educação" (Coll, 2004, p. vii) cujo objecto de estudo são os processos de mudança (e.g. desenvolvimento, aprendizagem e socialização) que ocorrem nas pessoas na sequência da sua participação numa ampla gama de situações e atividades educacionais. Trata-se de um acontecimento independente da idade e outras características concretas das pessoas e dos traços específicos das situações e atividades educacionais, não se circunscrevendo às que ocorrem em contexto escolar (Coll et al., 2004)."
-
Breve contextualização histórica:
De acordo com Beltrán, Moradela, Alcaniz, Calleja & Santiuste (1990), a Psicologia da Educação tem um grande passado e uma curta história. Aborda questões que já têm vindo a ser debatidas desde a filosofia praticada na antiga Grécia até à atualidade.
-
Porque é que a psicologia da educação é um instrumento para um ensino eficaz?
É do conhecimento geral que a eficácia do processo de ensino-aprendizagem não depende exclusivamente da mera transmissão de conhecimento, experiências e conteúdos entre o professor e o aluno. Este processo requer do professor uma intervenção de índole mais social, contextual, pedagógica, cognitiva e afetiva. Para isso, o mesmo deve procurar munir-se de determinados conhecimentos e estratégias, que se encontram inerente aos constructos da Psicologia Educacional.
Todos esses aspetos, requeridos do professor, devem centrar-se nas seguintes competências:
-
Empatia - necessidade de entender as necessidades pessoais, psicológicas e escolares dos alunos, ter consciência do contexto social e psicológico do aluno e lidar com as necessidades psicológicas dos estudantes;
-
Conhecimento - aquisição de um saber contextualizado e sustentado nas áreas do conteúdo a serem ensinadas;
-
Relação com o aluno - criação de um relacionamento positivo com o aluno e entre o aluno e seus pares, assegurando-se que a classe funciona como uma unidade social;
-
Didática - criação de métodos de ensino efetivos capazes de facilitar a aprendizagem, instruir, lidar com o processo de aprendizagem e usar técnicas de ensino que otimizem a aprendizagem dos alunos;
-
Administração da sala de aula - capacidade de utilizar o aconselhamento e técnicas de avaliação para lidar com problemas de disciplina e comportamentos inapropriados dos alunos, monitorizando e supervisionando o comportamento deles de forma a manter a ordem e a disciplina;
-
Preparação para as aulas - gestão do tempo de preparação das aulas (não preparar "em cima do joelho");
-
Motivação - capacidade de motivar o aluno para as suas aulas;
-
Contacto com os pais - trabalhar, com os pais, suas principais preocupações em relação ao aluno.
-
Modelos teóricos úteis ao professor de educação física:
Os modelos teóricos relacionados com a prática desportiva, possuem algumas similaridades no que concerne às categorias de autoperceções, autoestima, autoeficácia, estádios de mudança, controlo comportamental, autodeterminação e processos cognitivos. Contudo, aqueles que se destacam no estudo da área do exercicio físico são, o modelo transteórico desenvolvido por Prochaskca & Di Clemente, em 1983 e o modelo de auto determinação, criado por Deci & Ryan, em 1985.
A psicologia na educação: dos paradigmas científicos às finalidades educacionais
Motivação para a prática de exercício físico - modelos teóricos
Abordagem histórica e concetual da Psicologia da educação
Diferentes fases de desenvolvimento do ser humano
História da Psicologia da Educação
Documentos de apoio:
-
O impulso para o nascimento da Psicologia da Educação como área científica autónoma surge com o estabelecimento da Psicologia enquanto disciplina científica, um processo que se prolonga desde o renascimento até à criação do primeiro laboratório de psicologia experimental em Leipzig, em 1879.
-
J. Dewey apresenta uma proposta (ainda atual) integradora da identidade e estatuto epistemológico da psicologia da educação, que passou a considerá-la uma ciência-ponte entre a psicologia e prática educativa.
-
Judd e Thorndike (considerado o primeiro psicólogo da educação), bem como a escola da Gestalt, desenvolvem na Psicologia da Educação uma visão integradora da conduta humana.
-
Jean Piaget, realizou diversos contributos para o conhecimento acerca do desenvolvimento humano, nomeadamente no que respeita aos processos cognitivos.
-
Da psicanálise (Béltran, 1984 cit in Beltran et al., 1990), adota-se a centralidade de alguns temas educativos, como a importância dos primeiros anos de vida, os aspetos irracionais da conduta humana, a necessidade de afeto e atitudes compreensivas, assim como o desejo de centrar a atenção na personalidade global e desenvolvimento integral da criança, mais do que na inteligência e motivação.
-
Entre 1918 e 1914, ocorre um período de afinamento da Psicologia da Educação e ao longo desta etapa realizam-se alguns avanços em quase todos os domínios desta disciplina. Por exemplo, os testes de avaliação de Binet contribuem para consagrar a inteligência como indicador de maturidade intelectual e para o surgimento de medidas de avaliação atualmente utilizadas no âmbito da Psicologia da Educação.
-
A partir da década de 1940 quebrou-se o movimento ascendente da Psicologia da Educação, tendo chegado ao ponto de quase desaparecer.
-
Contudo, entre 1960 e 1970 por imposição de Gage, o então presidente da 15ª Divisão da APA, deu-se um novo impulso, levando-a a adquirir hoje uma posição avançada entre as demais ciências, quer pelo sucesso do exercício da profissão, quer pela categoria dos autores e investigação realizada (Beltrán et al., 1990).

Modelo transteórico - este modelo "encara a mudança de comportamento como um processo em que os índivíduos passam por um série de estádios interrelacionados, ao invés de um fenómeno do tipo «tudo-ou-nada»" (Moutão, 2005). As atitudes ou comportamentos que os indivíduos manifestam estão assim diretamente relacionadas com a fase em que eles se encontram. Eles são classificados segundo determinadas características e segundo o nível de atividade física que praticam, sendo que, aqueles que são semelhantes encontram-se no mesmo estádio e aqueles que são diferentes encontram-se em estádios distintos. As 5 fases do modelo transteórico são a pré contemplação, a contemplação, a preparação, a ação e a manutanção, como demonstra a imagem.
Modelo de autodeterminação - "Segundo Wehmeyer (1992), a autodeterminação representa um conjunto de comportamentos e habilidades que dotam a pessoa da capacidade de ser o agente causal em relação ao seu futuro, ou seja, deter comportamentos intencionais. Desta forma, esta teoria tem como objeto de estudo as condições do contexto social que facilitam a saúde psicológica e apresenta como hipótese principal a noção de que a teoria da autodeterminação e as influências socioculturais sobre a identidade e o bem-estar psicológico pode ser alcançado a partir da autodeterminação (Ryan & Deci, 1987). (Appel-Silva, Argimon e Wendt, 2010)."




